sábado, 4 de outubro de 2008

A vassoura, o voto e a aranha

Hoje pela manhã enquanto tomava meu café com direito a pão feito naquelas máquinas elétricas (prefiro do modo tradicional) meu pai, com uma vassoura em mãos varria as folhas do quintal que o vento e a chuva trouxeram durante a noite.

Quando ele chegou até a porta da cozinha e ao levantar o tapete para continuar seu trabalho (que após a aposentadoria se tornou um tipo de terapia ocupacional), deparou-se com uma aranha. Não era muito grande, cerca de cinco centímetros, mas o suficiente para dar aquela sensação de perigo que instintivamente nos percorre o corpo. Logo meus conhecimentos de biologia e sobre aracnídeos me fez concluir que se tratava da espécie conhecida como aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer).

Aquela cena, o olhar do meu pai, a aranha, o dia em questão, em uma fração de segundos, a comparação foi inevitável.

Neste final de semana temos em mãos um poder naverdade uma imposição que implica grandes responsabilidades.

Assim como meu pai, temos a chance de varrer nossa cidade de maus políticos que aproveitam os ventos e tempestades que chegam como furacões a cada quatro anos e sujam nosso quintal com promessas de campanhas.

O voto consciente é uma vassoura incrível, acredite. Somos capazes de limpar de vez a corrupção e o melhor de tudo, sem varrê-la para baixo do tapete, pois é possível encontrarmos aranhas-armadeiras, que como o próprio nome diz, armam muito bem sua teia para capturar suas presas.

Este pequeno ser vivo que é dotado de ferramentas capazes de criar sua armadilha e sua estrutura física que lhe permite dar grandes saltos é um exemplo raro de eficiência no trabalho. O político sabe muito bem como e o que fazer para sobreviver no país de presas fáceis.

Mais uma vez penso em meu pai empunhando a vassoura. Antes que eu pudesse manifestar qualquer tipo de reação, ele tascou uma vassourada certeira no pobre aracnídeo. Mais uma vez a comparação é inerente ao ato.

Ambientalmente falando, as aranhas-armadeiras são muito úteis para os seres humanos. Elas controlam pragas, como por exemplo, as temíveis baratas entre outros insetos, se forem exterminadas pode ocorrer problemas de infestação de insetos provocando desequilíbrio ambiental.

Politicamente falando, a espécie políticos-armadeiros, cujo nome científico é Pholiticolius malandrus não representa boa coisa para a comunidade e seu extermínio de modo algum afetaria nosso ambiente e sociedade. Ao contrário da espécie aracnídea, esta outra sim pode ser considerada praga e passível de infestação.

Logo, nosso VOTO, além de varrer, é capaz de fazer com que uma espécie seja banida de nossa sociedade sem que sejamos prejudicados.

Vote certo. Sua escolha pode fazer proliferar uma praga ou manter a sua cidade limpa. Meu pai fez a parte dele hoje e amanhã irá novamente cumprir com seu dever de cidadão e eu o acompanharei.

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