Ontem o campeonato paulista foi no mínimo, diferente. Presidente Prudente foi palco do dérbi mais famoso do Brasil. Palmeiras e Corinthians trouxeram para o gramado todos os elementos de um clássico para ficar na história. E ficou.
Bola, camisa e troféu para comemorar o confronto alvi-verdi e alvi-negro. As torcidas fizeram sua parte e coloriram as arquibancadas num misto de paz, calor e expectativa. Ontem palmeirenses e corintianos… e são-paulinos, santistas, flamengistas, atleticanos, gremistas, ibienses… esperavam a hora do retorno do por que não, ainda Fenômeno.
Após um primeiro tempo frio, apesar do calorão que fazia, o segundo tempo começou do jeito que deveria ser, com gol e muita vibração. E quem comemorou primeiro foram os palmeirenses. Depois de um vacilo do goleiro corintiano [falam em um tal morrinho artilheiro], aos três minutos do segundo tempo, a bola encontrou a grama do fundo do gol alvi-negro. Palmeiras sai na frente do clássico dos clássicos.
Corações a mil. Com o placar mostrando a diferença mínima a favor dos palmeirenses e o relógio 19 minutos do segundo tempo. Ouve-se uma torcida inflamando. O quarto árbitro levantava placa mostrando a substituição. O número 9 estava lá. A atenção de corintianos, palmeirenses e são-paulinos, santistas, flamengistas, atleticanos, gremistas, ibienses… voltaram para Ronaldo.
Todos querendo ver o Fenômeno em campo. Uns para criticar, outros para zombar e muitos para torcer. A torcida neste caso é por uma pessoa que quer, sem sombra de dúvida, mostrar que ainda é capaz.
Um drible, outro drible, um passe e uma bola na trave. Era como se Nazário dissesse: calma, calma que eu to voltando. E o tempo ia passando. Mas para quem possui estrela, o tempo parece andar mais devagar, devagarinho. Uma passada rápida da câmera pelo estádio e o sorriso dos palmeirenses constratavam com a angústia dos corintianos.
O árbitro levanta o braço e sinaliza que vai dar mais quatro minutos de acréscimo. O jogo terminaria aos 49 minutos do segundo tempo. Mas clássico que se preze sempre reserva surpresa.
Escanteio para o Corinthians. O relógio marcava 47 minutos. Bola cruzada na segunda trave… corintianos, palmeirenses e são-paulinos, santistas, flamengistas, atleticanos, gremistas, ibienses… creio eu, pela primeira fora de uma Copa do Mundo, gritaram juntos GOL! Ta certo que os corintianos mais felizes que os outros torcedores, mas o gol em questão foi para comemorar uma vitória de um cara que teve a vida marcada por muitos altos e baixos, conquistas e derrotas, momentos felizes e deslizes memoráveis. Ta certo que também foi um gol de empate, mas e daí?
Um clássico para ficar na memória e na história. Um clássico com todos os elementos que faz com que um jogo entre duas equipes se torne um, clássico. Ainda sob olhares incrédulos, Ronaldo fez a diferença. Ele voltou.