Se eu tivesse um ipod eu teria corrido os 10 km da 35ª Prova Rústica Tiradentes – segunda a qual participo – com os fones no ouvido encostando-se aos meus tímpanos e curtindo o bom e velho róquenrou em volume ensurdecedor. Certeza!
Como bom atleta que sou, não faço uso de nenhum tipo de droga sintética ou natural que estimule o organismo. Esse tipo de coisa que, quando os organizadores desconfiam do cara, pegam o sujeito e o mandam mijar num potinho. Aí o peão tá ferrado! A casa cai mesmo.
Para esta edição, confesso não ter me preparado como deveria. Estava ciente disto. Mas estava certo de que completaria os 10 mil metros. Na concentração ouvia alguns corredores conversando:
- Você vai fazer pra quanto? - perguntou um deles.
- Vou fazer pra 40 – respondeu o “Flash”.
Pra mim parecia mais conversa de bichonas. “Fazer” pra quanto? Faz favor heim. O cara ta lá pra correr, suar, esgotar suas energias e não “fazer pra 40”! Vai te catar.
Enfim, sem drogas e sem ataques de frescuras corri pra caramba. Estava confiante em mim, sabia que terminaria a corrida, mas o tempo em que fiz o percurso me surpreendeu – 56’36”. Puta merda, corri demais para quem não havia se preparado para enfrentar os 10 quilômetros.
Se eu tivesse corrido com o ipod no ouvido ai sim eu teria voado baixo. Está cientificamente provado que a música funciona com estimulante. Imagina com o róquenrou bombando nos ouvidos. Os quenianos não teriam chance. E ainda não cairia no anti-dopping.
Bem, como diz o ditado – “todo mundo é filho de Lugo” – corri sem ipod, sem drogas e sem pretensão de ser o mais rápido.
Meu maior incentivo foi ouvir os gritos de minha noiva (que não correu este ano a Tiradentes por que está correndo atrás de algo bem maior) e poder vê-la acenando e dizendo que me ama! Isso não tem preço.
O resultado pouco importa. Mas a fim de registro, olha ai:
2 comentários:
24º sappo? Uma ótima posição, com um número desfavorável! Mas como também corro, fiquei impressionada com o tempo. Parabéns!
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